28 de abril de 2014

Hoje o dia foi incrível...e juro que só percebi agora. Até há pouco estava para aqui a pensar que a vida tem dias mesmo péssimos.

No entanto....

Eu acordei, apercebi-me da inevitabilidade de tudo e o que fiz foi fechar-me no casulo; e depois meditei. Logo de seguida algo fascinante aconteceu - eu fui procurar as aguarelas (em que já não toco há mais de 10 anos!) e desmanchei todas as lágrimas, todos os medos e todas as frustrações na folha de papel. No fim decidi que tinha que emoldurar aquela aguarela e pô-la no quarto (esta parte ainda está para ver, afinal não durmo lá sozinha). 

Fui descobrir cadernos antigos de esboços e fiquei encantada com a loucura e a poesia de que sou capaz. Parece incrível mas fui mesmo eu a desenhar e a conceber aquilo.  

Daí em diante, foi uma sequência de momentos tristes e enfadonhos (há dias assim) mas que, vistos deste sítio onde agora me encontro, foram gloriosos. 

Agora estou no sítio onde mais gosto de viver, tenho um janelão de azul profundo muito confortável e misterioso, e sinto-me mesmo onde devia estar.

Sim, há dias tristes e há coisas que não mudam logo quando queremos; mas há um grande fascínio na fase que precede o nascer de um dia novo. Hoje vou dormir ciente de que esse momento que antecede a aurora é miraculoso e sinto-me importante só por poder vivê-lo; reconhecê-lo. Quem sabe até celebrá-lo; o que será uma aguarela senão a celebração da magia?



Íntima Escultura de Nena Metelo | Lã portuguesa.

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